sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Anáfora

Em retórica, anáfora é a repetição da mesma palavra ou grupo de palavras no princípio de frases ou versos consecutivos. É uma figura de linguagem comuníssima nos quadrinhos populares, música e literatura em geral, especialmente na poesia.

 Exemplos

Nem tudo que ronca é porco,
Nem tudo que berra é bode,
Nem tudo que reluz é ouro,
Nem tudo que se fala se pode.


"Não cos manjares novos e esquisitos,
Não cos passeios mole e ociosos
Não cos vários deleites e infinitos..." (Luz, 6,96)


Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer,
é um não querer mais que bem querer. (Camões)


Ilha cheia de graça
Ilha cheia de pássaros
Ilha cheia de luz
Ilha verde onde havia
mulheres morenas e nuas" (Cassiano Ricardo)


Será que ela vem me ver
Será que ela me deixa viver
Será que posso esquecê-la

Nada vai me fazer desistir do amor...
Nada vai me fazer desistir de voltar todo dia pro seu calor...
Nada vai me levar do amor...
Nada vai me fazer desistir do amor...
Nada vai me fazer desistir de voltar todo dia pro seu calor...
Nada vai me levar do amor...


Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.
Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia. (Manoel Bandeira)

 Outros usos

Em publicidade e no cinema, também se pode chamar anáfora à repetição de imagens (por exemplo, para dar a noção da sucessão de dia após dia, ou de rotina, pode-se repetir a mesma cena diversas vezes - como alguém a levantar-se da cama, podendo-se usar, para este efeito, exactamente a mesma sequência de imagens). Tal recurso é extensamente utilizado no filme Requiem for a Dream.
ELIPSE

Elipse é a supressão de uma palavra facilmente subentendida. Consiste da omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto ou por elementos gramaticais presentes na frase com a intenção de tornar o texto mais conciso e elegante.

Exemplos

  • Na oralidade, quando alguém serve chá pode perguntar "com ou sem açúcar?" - ainda que a frase não explicite que se está a referir ao chá, o próprio contexto serve para esclarecer o seu sentido.
  • "No mar, tanta tormenta e tanto dano." (em "Os Lusíadas" de Camões) - onde se omite o verbo "haver", ainda que seja óbvia a intenção do autor.
  • João estava com pressa. Preferiu não entrar. (Ele, João, preferiu não entrar)
  • "Na sala, apenas quatro ou cinco convidados" (Machado de Assis)
  • Quanta maldade na Terra. (Quanta maldade há na Terra)
  • "O colégio compareceu fardado; a diretoria, de casaca." (R. Pompéia)
  • Risco de vida. (Risco de perder a vida)
Elipse: Segundo o Tito, elipse é anisocronia resultante do fato de o narrador excluir do discurso determinados acontecimentos diegéticos, dando assim origem a mais ou menos extensos vazios narrativos. A elipse é um processo fundamental da técnica narrativa, pois nenhum narrador pode relatar com estrita fidelidade todos os pormenores da diegese.

A Elipse e a Zeugma

Na zeugma, a expressão subentendida já foi mencionada. Consiste na omissão de um termo que já apareceu antes.

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 figuras de sitaxe

Anacoluto

Anacoluto, ou frase quebrada, é uma figura de linguagem que, segundo a retórica clássica, consiste numa irregularidade gramatical na estrutura de uma frase, como se começássemos uma frase e houvesse uma mudança de rumo no pensamento - por exemplo, através do desrespeito das regras de concordância verbal ou da sintaxe. Muito frequente na oralidade, onde poderá ser apenas considerado como um erro de construção frásica, num texto escrito dá a sensação de espontaneidade. Na frase de Almeida Garrett, "Eu, também me parece que as leio, mas vou sempre dizendo que não", o termo "eu" é posto em destaque, desligado dos outros elementos sintáticos - no resto da frase, através de uma elipse (o "eu" passa a estar apenas subentendido). Da mesma forma, em "a minha roupa, levo-a sempre àquela lavandaria", frase típica do discurso oral, o termo "a minha roupa" aparece desligada do resto da frase, onde é substituído por um pronome. Muitos autores atuais, contudo, já não classificam estes exemplos como sendo anacolutos porque consideram que não são resultado de qualquer inconsistência sintática, mas apenas um recurso de ênfase. Segundo estes mesmos autores, existe anacoluto quando se forma uma frase incompleta, com parte do enunciado suspenso. Por exemplo: "Não me digas que..." - frase em que se omite o final, atenuando algo que convém não dizer alto e explicitamente, por diversas razões, permitindo uma infinidade de significados para a frase, ainda que o seu sentido seja facilmente apreendido pelo receptor, se estiver devidamente contextualizado.
É um recurso de retórica frequente nos autores que utilizam o fluxo de consciência, como James Joyce. É também muito utilizado por Guimarães Rosa, como forma de retratar a fala coloquial típica dos moradores do sertão.
Quebra da estrutura sintática da frase pela inserção de um termo solto ou pela mudança abrupta de uma determinada construção sintática.
Exemplo: "O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto" (Carlos Drummond de Andrade) .

Antonomásia

Antonomásia é uma figura de linguagem caracterizada pela substituição de um nome por outro nome ou expressão que lembre uma qualidade, característica ou um fato que de alguma forma identifique-o. Por exemplo: quando se fala "o apóstolo dos gentios" no lugar de se escrever "São Paulo"[1]. É um caso especial de metonímia, ou seja, uma substituição de um nome por outro que com ele tenha afinidades semânticas. Essa substituição resulta comumente do patrimônio pessoal ou da profissão do indivíduo em causa, em geral conhecidos, que devem ser, pelo menos, facilmente deduzíveis pelo receptor de modo que uma substituição seja compreendida e provoque o efeito desejado.

Outros Exemplos:
       

Comparação é uma figura de linguagem semelhante à metáfora usada para demonstrar qualidades ou ações de elementos. A relação entre esses elementos pode formar uma comparação simples ou uma comparação por símile mil e umas maneiras. É mais facilmente entendida como a aproximação de dois termos que se assemelham. Cquote1.svg O Amor queima como o fogo Cquote2.svg — Luís de Camões Os dois termos, Amor e fogo, mantém, cada um, sua própria significação. Índice [esconder] * 1 Comparação simples * 2 Comparação por símile o 2.1 Exemplos * 3 Comparação vs. metáfora [editar] Comparação simples É a aproximação de dois termos entre os quais existe alguma relação de semelhança, como na metáfora. A comparação, porém, é feita por meio de um conectivo (com,como,parecia e etc) e busca realçar determinada qualidade do meio termo (como, tal qual, assim, quanto etc.) exemplo: "O mar canta como um canário"; "A cidade, adormecida, parecia um cemitério sem fim". [editar] Comparação por símile É usada para comparar dois elementos que não pertencem à mesma categoria (dependendo, claro, do contexto). Algumas vezes chama-se-a, por simplicidade — e quando não há possibilidade de confusão ideológica — símile, tão-só. Entretanto, trata-se apenas de uso em forma reduzida por sinonímia, não se referindo propriamente a uma nova, distinta, figura de linguagem. Por outro lado, contudo, o termo "símile" pode ser utilizado com significado autónomo: * "para empregar um símile musical, não será [o verso alexandrino] tão melódico, como outros mais genuinamente nossos, mas é harmonioso como poucos." (Machado de Assis, Crítica, p. 111). (FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda) [editar] Exemplos Ver minh'alma adejar pelo infinito Qual branca vela n'amplidão dos mares — Castro Alves É que teu riso penetra n'alma Como a harmonia de uma orquestra santa — Castro Alves A via-láctea se desenrolava Como um jorro de lágrimas ardentes — Olavo Bilac De sua formosura deixai-me que diga: é tão belo como um sino numa sala negativa. - João Cabral de Melo Neto Bateram-lhe como nunca tinham visto. você é tão bonita quanto o Rio de Janeiro em maio e quase tão bonita quanto a Revolução Cubana - Ferreira Gullar [editar] Comparação vs. metáfora A comparação assemelha-se à metáfora, que não é mais que uma comparação não assumida, para acentuar a identidade poética entre as duas entidades comparadas. Lendo a expressão "Os teus olhos são como lagos gélidos" existe uma comparação explícita denotada pelo conectivo "como". Contudo, se dissermos, "Os teus olhos são lagos gélidos", passamos a ter uma metáfora que passa a estabelecer uma relação de identidade poética em vez da mais prosaica comparação que mantém os dois objetos em universos distintos.Comparação é uma figura de linguagem semelhante à metáfora usada para demonstrar qualidades ou ações de elementos. A relação entre esses elementos pode formar uma comparação simples ou uma comparação por símile mil e umas maneiras. É mais facilmente entendida como a aproximação de dois termos que se assemelham. Cquote1.svg O Amor queima como o fogo Cquote2.svg — Luís de Camões Os dois termos, Amor e fogo, mantém, cada um, sua própria significação. Índice [esconder] * 1 Comparação simples * 2 Comparação por símile o 2.1 Exemplos * 3 Comparação vs. metáfora [editar] Comparação simples É a aproximação de dois termos entre os quais existe alguma relação de semelhança, como na metáfora. A comparação, porém, é feita por meio de um conectivo (com,como,parecia e etc) e busca realçar determinada qualidade do meio termo (como, tal qual, assim, quanto etc.) exemplo: "O mar canta como um canário"; "A cidade, adormecida, parecia um cemitério sem fim". [editar] Comparação por símile É usada para comparar dois elementos que não pertencem à mesma categoria (dependendo, claro, do contexto). Algumas vezes chama-se-a, por simplicidade — e quando não há possibilidade de confusão ideológica — símile, tão-só. Entretanto, trata-se apenas de uso em forma reduzida por sinonímia, não se referindo propriamente a uma nova, distinta, figura de linguagem. Por outro lado, contudo, o termo "símile" pode ser utilizado com significado autónomo: * "para empregar um símile musical, não será [o verso alexandrino] tão melódico, como outros mais genuinamente nossos, mas é harmonioso como poucos." (Machado de Assis, Crítica, p. 111). (FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda) [editar] Exemplos Ver minh'alma adejar pelo infinito Qual branca vela n'amplidão dos mares — Castro Alves É que teu riso penetra n'alma Como a harmonia de uma orquestra santa — Castro Alves A via-láctea se desenrolava Como um jorro de lágrimas ardentes — Olavo Bilac De sua formosura deixai-me que diga: é tão belo como um sino numa sala negativa. - João Cabral de Melo Neto Bateram-lhe como nunca tinham visto. você é tão bonita quanto o Rio de Janeiro em maio e quase tão bonita quanto a Revolução Cubana - Ferreira Gullar [editar] Comparação vs. metáfora A comparação assemelha-se à metáfora, que não é mais que uma comparação não assumida, para acentuar a identidade poética entre as duas entidades comparadas. Lendo a expressão "Os teus olhos são como lagos gélidos" existe uma comparação explícita denotada pelo conectivo "como". Contudo, se dissermos, "Os teus olhos são lagos gélidos", passamos a ter uma metáfora que passa a estabelecer uma relação de identidade poética em vez da mais prosaica comparação que mantém os dois objetos em universos distintos.Comparação é uma figura de linguagem semelhante à metáfora usada para demonstrar qualidades ou ações de elementos. A relação entre esses elementos pode formar uma comparação simples ou uma comparação por símile mil e umas maneiras. É mais facilmente entendida como a aproximação de dois termos que se assemelham. Cquote1.svg O Amor queima como o fogo Cquote2.svg — Luís de Camões Os dois termos, Amor e fogo, mantém, cada um, sua própria significação. Índice [esconder] * 1 Comparação simples * 2 Comparação por símile o 2.1 Exemplos * 3 Comparação vs. metáfora [editar] Comparação simples É a aproximação de dois termos entre os quais existe alguma relação de semelhança, como na metáfora. A comparação, porém, é feita por meio de um conectivo (com,como,parecia e etc) e busca realçar determinada qualidade do meio termo (como, tal qual, assim, quanto etc.) exemplo: "O mar canta como um canário"; "A cidade, adormecida, parecia um cemitério sem fim". [editar] Comparação por símile É usada para comparar dois elementos que não pertencem à mesma categoria (dependendo, claro, do contexto). Algumas vezes chama-se-a, por simplicidade — e quando não há possibilidade de confusão ideológica — símile, tão-só. Entretanto, trata-se apenas de uso em forma reduzida por sinonímia, não se referindo propriamente a uma nova, distinta, figura de linguagem. Por outro lado, contudo, o termo "símile" pode ser utilizado com significado autónomo: * "para empregar um símile musical, não será [o verso alexandrino] tão melódico, como outros mais genuinamente nossos, mas é harmonioso como poucos." (Machado de Assis, Crítica, p. 111). (FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda) [editar] Exemplos Ver minh'alma adejar pelo infinito Qual branca vela n'amplidão dos mares — Castro Alves É que teu riso penetra n'alma Como a harmonia de uma orquestra santa — Castro Alves A via-láctea se desenrolava Como um jorro de lágrimas ardentes — Olavo Bilac De sua formosura deixai-me que diga: é tão belo como um sino numa sala negativa. - João Cabral de Melo Neto Bateram-lhe como nunca tinham visto. você é tão bonita quanto o Rio de Janeiro em maio e quase tão bonita quanto a Revolução Cubana - Ferreira Gullar [editar] Comparação vs. metáfora A comparação assemelha-se à metáfora, que não é mais que uma comparação não assumida, para acentuar a identidade poética entre as duas entidades comparadas. Lendo a expressão "Os teus olhos são como lagos gélidos" existe uma comparação explícita denotada pelo conectivo "como". Contudo, se dissermos, "Os teus olhos são lagos gélidos", passamos a ter uma metáfora que passa a estabelecer uma relação de identidade poética em vez da mais prosaica comparação que mantém os dois objetos em universos distintos.

Comparação é uma figura de linguagem semelhante à metáfora usada para demonstrar qualidades ou ações de elementos. A relação entre esses elementos pode formar uma comparação simples ou uma comparação por símile mil e umas maneiras.
É mais facilmente entendida como a aproximação de dois termos que se assemelham.
Cquote1.svg O Amor queima como o fogo Cquote2.svg
Luís de Camões
Os dois termos, Amor e fogo, mantém, cada um, sua própria significação.



 Comparação simples

É a aproximação de dois termos entre os quais existe alguma relação de semelhança, como na metáfora. A comparação, porém, é feita por meio de um conectivo (com,como,parecia e etc) e busca realçar determinada qualidade do meio termo (como, tal qual, assim, quanto etc.) exemplo: "O mar canta como um canário"; "A cidade, adormecida, parecia um cemitério sem fim".

 Comparação por símile

É usada para comparar dois elementos que não pertencem à mesma categoria (dependendo, claro, do contexto).
Algumas vezes chama-se-a, por simplicidade — e quando não há possibilidade de confusão ideológica — símile, tão-só. Entretanto, trata-se apenas de uso em forma reduzida por sinonímia, não se referindo propriamente a uma nova, distinta, figura de linguagem.
Por outro lado, contudo, o termo "símile" pode ser utilizado com significado autónomo:
  • "para empregar um símile musical, não será [o verso alexandrino] tão melódico, como outros mais genuinamente nossos, mas é harmonioso como poucos." (Machado de Assis, Crítica, p. 111). (FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda)

 Exemplos

Ver minh'alma adejar pelo infinito
Qual branca vela n'amplidão dos mares
Castro Alves
É que teu riso penetra n'alma
Como a harmonia de uma orquestra santa
— Castro Alves
A via-láctea se desenrolava
Como um jorro de lágrimas ardentes
Olavo Bilac
De sua formosura
deixai-me que diga:
é tão belo como um sino
numa sala negativa.
- João Cabral de Melo Neto
Bateram-lhe como nunca tinham visto.
você é tão bonita quanto o Rio de Janeiro
em maio
e quase tão bonita
quanto a Revolução Cubana
- Ferreira Gullar

 Comparação vs. metáfora

A comparação assemelha-se à metáfora, que não é mais que uma comparação não assumida, para acentuar a identidade poética entre as duas entidades comparadas.
Lendo a expressão "Os teus olhos são como lagos gélidos" existe uma comparação explícita denotada pelo conectivo "como". Contudo, se dissermos, "Os teus olhos são lagos gélidos", passamos a ter uma metáfora que passa a estabelecer uma relação de identidade poética em vez da mais prosaica comparação que mantém os dois objetos em universos distintos.
sinédoque

Figura de retórica, para muitos autores indistinta da figura da metonímia, ou considerada como um tipo de metonímia na qual se exprime uma parte por um todo ou um todo por uma parte (Moscovo caiu às mãos dos alemães), o singular pelo plural (quando o Gama chegou à Índia), o autor pela obra (estou a estudar Pessoa), a capital pelo governo do país ("Washington decidiu enviar tropas para o Iraque"), uma peça de vestuário pela pessoa que o usa (um vestido negro surgiu pela porta), etc. Na verdade trata-se da inclusão ou contiguidade semântica existente entre dois nomes e que permite a substituição de um pelo outro. Na literatura, abundam sinédoques com fins estéticos de provocar o inusitado nas expressões escolhidas:

"Que da Ocidental praia Lusitana" (para designar Portugal)
(Camões, Os Lusíadas, I, 1)

"Vós, ó novo temor da Maura lança" (para designar os exércitos mouros)
(Camões, Os Lusíadas, I, 6)

"Mas já o Príncipe Afonso aparelhava
O Lusitano exército ditoso
Contra o Mouro que as terras habitava" (para designar os exércitos mouros)
(Camões, Os Lusíadas, III, 42)

"Despois, na costa da Índia, andando cheiahttp://www.numclique.net/wp-content/uploads/2008/10/twitterbole_1.jpg
De lenhos inimigos e artefícios" (para designar os navios)
(Camões, Os Lusíadas, III, 42)
Sinestesia (do grego συναισθησία, συν- (syn-) "união" ou "junção" e -αισθησία (-esthesia) "sensação") é a relação de planos sensoriais diferentes: Por exemplo, o gosto com o cheiro, ou a visão com o olfato. O termo é usado para descrever uma figura de linguagem e uma série de fenômenos provocados por uma condição neurológica.

Figura de linguagem

Sinestesia é uma figura de estilo ou semântica que relaciona planos diferentes. Tal como a metáfora ou a comparação por símile, são relacionadas entidades de universos distintos.
Exemplos de sinestesias:
  • Latitude de uma montanha consiste a uma pedra
  • Figura de linguagem
Sinestesia é uma figura e estilo ou semântica que relaciona planos sensoriais diferentes. Tal como a [metáfora] ou a [comparação por símile], são relacionadas entidades de universos distintos.

 Marcos Conceituais

Neste primeiro momento destacamos a existência de uma certa confusão com relação aos termos cinestesia e sinestesia, o primeiro termo refere-se ao sentido muscular, a um conjunto de sensações que nos permite a percepção dos movimentos (Michaelis, 1998); o segundo termo, objeto de nosso estudo neste trabalho, refere-se a uma sensação secundária que acompanha uma percepção, ou seja, uma sensação em um lugar originária de um estímulo proveniente de um estímulo de outro (Michaelis, 1998 e Dorsch, 1976). Portanto, é importante termos em mente que o termo sinestesia empregado neste trabalho não se restringe à percepção do movimento e suas propriedades (peso e posição dos membros), mas engloba um conjunto geral de percepções e sensações interconectadas por processos sensoriais.
Charles Baudelaire (1993) e os partidários de uma ruptura com a estética clássica no período simbolista, no âmbito da história da arte, se constituíram nos precursores de uma nova concepção estética que, mais tarde, romperia as fronteiras do academicismo vigente, incentivando o surgimento de manifestações cada vez mais independentes neste campo. Neste contexto de mudanças observamos que os poetas simbolistas e pré-simbolistas propõem um retorno ao subjetivismo e à sensorialidade em oposição à objetividade científica e ao materialismo e é neste contexto que a sinestesia se configura no conjunto das propostas simbolistas. Baudelaire, segundo Tornitore (1999) defendia, através da Teoria das Correspondências, a existência de uma relação entre os domínios sensórios; para o poeta, certos cheiros estão associados a um certo tipo de verde, anunciando uma expansão no âmbito da sensibilidade onde é possível sentir um cheiro e ao mesmo tempo provar a doçura da música, ou ainda ver uma cor em particular. Em suma, defendia a proposta de que sons, cores e cheiros estão misteriosamente co-relacionados e que esta ligação é intrínseca à natureza das coisas portanto, potencialmente perceptível a todo ser humano e não necessariamente ligada à sensibilidade do "eleito" ou do "amaldiçoado".
Trata-se de um termo que está presente em diversas áreas de conhecimento, na literatura, por exemplo, Faraco & Moura, (1998) definem a sinestesia como fazendo parte de uma rede semântica de figuras de linguagem muito característica do simbolismo que, enquanto propriedade de um discurso, gera uma associação entre uma sensação e outra sensação, ou uma impressão, ou uma situação; Machado (1967), por sua vez, define etimologicamente o termo como o ato de perceber uma coisa no mesmo tempo que outra, percepção esta evocada por sensações simultâneas. Em Silva (1945) observamos um certo alargamento do conceito visto que aponta para a produção de duas ou mais sensações sob a ação de uma só impressão, segundo o autor, uma das sensações aparece no ponto ou órgão onde atuou a impressão, a(s) outra(s) sensações se manifestam em órgãos afastados. Dorsch (1976) é da mesma opinião quando fala da possibilidade de aparecimento de sensações associadas por um estímulo real.
Tornitore (1999) em sua Teoria da História da Sinestesia declara ainda que Pitágoras, Aristóteles e Newton já identificavam a presença de tal fenômeno no âmbito dos sentidos, contudo é importante observar que, tanto Tornitore, como o pesquisador americano Richard Cytowic (1995) são unânimes em afirmar que o campo de estudos referente à sinestesia só é alargado a partir do desenvolvimento da neurociência e em particular da neuropsicologia, bem como da tomografia computadorizada do cérebro, colocando por terra as idéias vigentes no século XIX que consideravam a sinestesia um monstro, uma anomalia ou ainda um sinal de degeneração da raça humana.
A partir dos trabalhos de Cytowic (1995) e Tornitore (1999) é possível observar basicamente, a existência de duas correntes no campo da sinestesia, uma que defende o seu caráter hereditário e seletivo nos seres humanos e outra que aponta para a idéia de que (...) nós somos todos sinestésicos e que só um punhado das pessoas está conscientemente atento para a natureza holística da percepção (Cytowic, 1995, 5:6) contudo, é importante observar que trata-se de um fenômeno multidimensional e que, segundo o autor, se apresenta em cada ser humano de forma peculiar e diferenciada.
Tendo em vistas as múltiplas interconexões presentes em nosso cérebro descritas por Pierantoni (apud Tornitore, 1999) como um sistema de "anéis dentro de anéis" de tal forma que, assim que um dado sensório entra na rede, compara-se como uma pedra lançada em uma lagoa: as ondulações se espalham formando círculos concêntricos em todos os distritos sensórios ativando outras sensações, declara ainda, juntamente com o psicólogo L.E. Marca (apud Tornitore, 1999) que todos nós temos um painel de comando que interconecta os vários sensos, normalmente adormecidos e que também podem ser reativados artificialmente com certos alucinógenos. Quanto ao caráter seletivo da sinestesia, mencionado acima entendemos, a partir do artigo de Camargo (2002) que pesquisadores tais como o professor Sean Day da Universidade Central de Taiwan (sinesteta desde a infância), tem se preocupado em catalogar modalidades diferentes de sinestesia presentes nas pessoas que já tem consciência de possuírem tal habilidade e as possíveis causas e conseqüências das misturas de sensações.
Outro pesquisador que tem estudado o fenômeno é Baron-Cohen da Universidade de Cambridge na Inglaterra ele estuda a presença da sinestesia na fase neonatal, defendendo a ideia de que o cérebro dos portadores de sinestesia é biologicamente distinto dos demais e que tal habilidade se apresenta nos seres humanos já nos primeiros dias de vida. English (1977), por sua vez em seu Dicionário de Psicologia também sinaliza para o fato de que a sinestesia é uma condição encontrada em alguns indivíduos, onde a percepção de certo tipo de objeto é associada com imagens particulares de outra modalidade sensorial.
Entretanto, é possível observar que se trata de um campo de estudos relativamente jovem no qual o avançar das pesquisas poderá nos dar vislumbres mais claros destas dimensões, proporcionando uma melhor compreensão acerca da unicidade do ser humano. Outrossim, ressaltamos a importância de compreensão, mesmo que parcial, do fenômeno como recurso metodológico no interior da prática educativa, tendo em vista que, juntamente com Tornitore (1999), nos contrapomos à idéia de que a capacidade sinestésica esta restrita a um grupo específico de pessoas, pois, conforme vimos anteriormente, nem todos atentaram ainda para a existência de tal capacidade, o que desmistifica a premissa de que a sinestesia seja inerente à categoria dos chamados "artistas". Acerca desta questão Cytowic (1995) declara que tal associação mais se assemelha a um preconceito infundado do que a uma premissa com embasamento sólido . Tornitore (1999) declara ainda que, em função da importância que os sentidos tem na vida humana, é fácil imaginar que não apenas a arte, mas todas as ciências (humanas, exatas, biológicas) são concebidas por meio de processos sinestésicos, retomando aqui as concepções de Morin no que se refere às relações entre o todo e as partes constituintes, ao tratar das questões ligadas à complexidade biológica declara: (...) a complexidade começa logo que há sistema, isto é, inter-relações de elementos diversos numa unidade que se torna complexa (una e múltipla). A complexidade sistêmica manifesta-se, sobretudo, no fato de que o todo possui qualidades e propriedades que não se encontram no nível das partes, consideradas isoladas e inversamente, no fato de que as partes possuem qualidades e propriedades que desaparecem sob o efeito das coações organizacionais do sistema. (Morin, 2000 p. 291).
O que nos leva a entender que o ser humano envolto na complexidade não pode ser considerado em partes estanques e dissociadas e que a capacidade sinestésica encontra-se envolta no processo de inter-relações mencionado pelo autor.

Metonímia

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Chama-se de metonímia ou transnominação uma figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles.

Índice

[esconder]

[editar] Sinédoque

A sinédoque é um tipo de metoníma que consiste na atribuição da parte pelo todo, ou do todo pela parte.

[editar] Exemplo

  • Vós, ó novo temor da Maura lança - Refere-se não a uma só lança, mas a todo exército mouro (a lança era uma das armas usadas).

[editar] Outros Exemplos

  • Causa pelo efeito:
Sócrates tomou as mortes. (O efeito é a morte, a causa é o veneno).
Sou alérgica a cigarro. (O cigarro é a causa: a fumaça, o efeito. Podemos ser alérgicos a fumaça, mas não ao cigarro).
  • Marca pelo produto:
O meu irmãozinho adora danone.(Danone é a marca de um iogurte; o menino gosta de iogurte)
  • Autor pela obra:
Lemos Machado de Assis por interesse. (Ninguém, na verdade, lê o autor, mas as obras dele em geral).
  • Continente pelo conteúdo:
Bebeu um copo de água. (Ninguém "bebe" um copo, mas sim a bebida que está nele.)
  • Possuidor pelo possuído:
Ir ao barbeiro. (O barbeiro trabalha na barbearia, aonde se vai - de fato, ninguém vai a uma pessoa, mas ao local onde ela está).
  • Matéria pelo objeto:
Quem por ferro fere... (ferro substitui, aqui, espada, por exemplo)
  • O lugar pela coisa:
Uma garrafa de Porto. (Porto é o nome da cidade conotada com a bebida - não é a cidade que fica na garrafa, mas sim a bebida).
  • O abstrato pelo concreto:
A juventude é corajosa e nem sempre consequente. ( juventude pela palavra jovens).
  • A coisa pela sua representação = (sinal pela coisa significada):
És a minha âncora. (em substituição de "segurança").
  • Instituição pelo que representa:
A igreja publicou seu novo livro (quem publica é uma editora ou alguém)
  • Causa primária pela secundária:
O engenheiro construiu mal o edifício (o engenheiro não constrói só planeja)
  • O inventor pelo invento:
Ele comprou um Ford (observe que estamos falando do criador não da marca)
  • O concreto pelo abstrato (e vice-versa):
A velhice deve ser respeitada (não é a velhice e sim os velhos)
  • Gênero pela espécie:
Os mortais são capazes de tudo
  • O singular pelo plural(vice-versa):
O brasileiro é um apaixonado pelo futebol (não é só um brasileiro e sim todos eles)
  • Determinado pelo indeterminado:
  • A matéria pelo objeto:
Tirem os cristais (não estamos nos referindo aos cristais e sim aos copos)
  • A forma pela matéria:
Ele cuida com carinho da redonda
  • Individuo pelas classes:
Odiava ser o Judas da sala
"A metonímia é geralmente utilizada para a não repetição de palavras em textos. Como, por exemplo, em entrevistas nas quais o entrevistado (ex.: Jorge Amado) pode tanto ser chamado pelo primeiro nome, pelo sobrenome, ou pelo nome completo (ex.: Jorge declarou, Amado declarou, ou Jorge Amado declarou)"


Catacrese


Catacrese é a figura de linguagem que consiste na utilização de uma palavra ou espressão que não descreve com exatidão o que se quer expressar, mas é adotada por não haver uma outra palavra apropriada - ou a palavra apropriada não ser de uso comum; são como gírias do dia-a-dia, expressões usadas para facilitar a comunicação. Estabelecem comparação às situações em que são atribuídas, qualidades de seres vivos, a seres inanimados. Exemplos comuns são: "os pés da mesa", "marmelada de laranja", "vinagre de maça", "embarcar no avião", "cabeça do alfinete", "braço de rio", "dente de alho" etc. Consiste assim em uma metafora de uso comum, deixando de ser considerada como tal.Consiste também em dar à palavra uma significação que ela não tem, por falta de termo próprio.

Catacrese: é o emprego de palavras fora do seu significado real; no entanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que estão sendo empregadas no sentido figurado:
O pé da mesa estava quebrado.
Não deixe de colocar dois dentes de alho na comida.
Quando embarquei no avião, fui dominado pelo o medo.
A cabeça do prego está torta.
A asa da xícara quebrou-se.
META FORA é uma figura de estilo (ou tropo linguístico), que consiste na comparação de dois termos sem o uso de um conectivo.
Cquote1.svg "Amor é fogo que arde sem se ver" Cquote2.svg
"luiz camões
O termo fogo mantém seu sentido próprio - desenvolvimento simultâneo de calor e luz, que é produto da combustão de matérias inflamáveis, como, por exemplo, o carvão - e possui sentidos figurados - fervor, paixão, excitação, sofrimento etc.
Didaticamente, pode-se considerá-la como uma comparação que não usa conectivo (por exemplo, "como"), mas que apresenta de forma literal uma equivalência que é apenas figurada.

Meu coração é um balde despejado

"fernando pessoa"
Cquote2.svg